sexta-feira, 28 de dezembro de 2012

Camila, Pedro e o Papai Noel



Prezado leitor,

Gatinho Pedro e Gatinha Camila
No Natal, entrei na caixa-pra-lembrar da minha dona. Lá, encontrei uma história que ela escreveu quinze anos atrás! É sobre os dois gatos ao lado. Quer ler também? Copiei abaixo!

Atenciosamente,
Clarice Sushi


CAMILA, PEDRO E O PAPAI NOEL
Era uma vez os irmãos Camila e Pedro. Eles moravam com a mãe, o pai e a irmã mais velha. Num dia de dezembro, os cinco conversavam enquanto arrumavam a árvore de Natal:

— Será que Papai Noel vem? — perguntou Pedro.
— Ah, eu acho que sim — disse a mãe.
— É claro que Papai Noel vem — afirmou o pai. Isso acontece toda noite de Natal!
— Mas eu nunca o vi — observou a irmã mais velha.

Na noite de Natal, Pedro e Camila foram dormir cedo. Ou melhor, eles fingiram que foram dormir. Deitaram com um olho aberto e o outro fechado:

— Será que Papai Noel está chegando, Camila?
— Fica quieto, Pedro! Quando todo  mundo dormir, levantamos pra ver ele chegar!
— Não é melhor eu acender a luz?
— Claro que não! Estamos fingindo que estamos dormindo!

Logo ouviram passos no corredor.

— Já?! — Gritou Pedro, num susto.
— Fica quieto, menino! — Reclamou Camila, levantando-se. Ela encostou o ouvido na porta. Os passos continuavam... Pareciam vir da sala. 

Camila abriu um pouquinho a porta. Mas teve medo de olhar. Pedro, então, abriu mais a porta e empurrou Camila pra fora. De mãos dadas, os irmãos foram devagarinho pelo corredor escuro.

NA SALA...

Papai Noel, de roupa vermelha e branca, colocava alguns presentes em torno da árvore que Camila e Pedro tinham arrumado com a família. Papai Noel não tinha barba, muito menos barriga grande. Tinha só uma barriguinha.

NA COZINHA...

Outro Papai Noel, de roupa vermelha e branca, fritava rabanadas... Esse Papai Noel não tinha barba, muito menos barriga grande. Seus cabelos eram compridos e castanhos.

NA SALA...

Um terceiro Papai Noel, de roupa vermelha e branca, ia, pé ante pé, do quarto da irmã pra sala, colocar mais embrulhos em torno da árvore de Natal. Esse Papai Noel não tinha barba, muito menos barriga grande. Seus cabelos eram compridos e louros.

Foi a vez de Camila empurrar Pedro pra dentro do quarto. Ela fechou a porta: "Pronto! A gente já viu! Amanhã vamos abrir os presentes!"
 
A mãe abriu a porta do quarto: "Já pra cama os dois! Papai Noel não dá presente pra criança que dorme tarde!"

Camila e Pedro aproveitaram a luz apagada pra rirem daquilo. Será que a mãe não tinha visto os presentes na árvore? Mas obedeceram e deitaram, cada um fechando os dois olhos. Finalmente podiam dormir, pois já tinham visto Papai Noel. E ele era três...










sexta-feira, 14 de dezembro de 2012

Filho de peixe é peixinho?



Prezado leitor, 

Você não sabe o que aconteceu com a Chaika! Ela é uma cachorra bem gatona, que teve um filhote bem gatin... Miaaau... não dá pra explicar tão rápido... Acho melhor eu copiar abaixo o que ela mesma me enviou, assim hoje não preciso trabalhar...

Filho de peixe, peixinho é?*

Cresci em uma família que me amava, ah e como me amavam! Disso eu não tinha a menor dúvida e até abusava um pouquinho desse amor, fazia birra fixando os pés no chão, quando já não queria mais andar, pedia colo quando estava cansada das longas caminhadas matinais... E a água de côco no aterro do Flamengo?! Meu passeio preferido de cada dia.

Com a convivência, a gente vai aprendendo também os pontos fracos de cada um, para o meu dono bastava um olhar de pidona e um gemido, que não podia ser latido, se não nada rolava, e aí ele me dava aquela porção generosa do seu/meu sorvete favorito. Ele sempre falava: – Tá aqui ó, coma rapidinho, Chaika, não vou te dar mais, nem adianta pedir! E eu obedecia, não queria nem pensar em cruzar com o olhar fuzilante da minha dona, que ficava uma fera ao ver ele me dando aquelas guloseimas.

Cumplicidade total! Vi essa palavra no dicionário e foi amor à primeira vista. Até no meu quarto, tinha uma estante com muitos livros, que iam desde livros de receita até grandes nomes da literatura, porém, não achava nenhum livro que me explicasse as mudanças que aconteciam no meu corpo: mamas pesadas, e nas minhas emoções: um instinto maternal à flor da pele.
Meu dono sempre dizia: - Chaika, você não terá filhotes, você é operada! Operada?!, eu pensava. Vários amigos meus também eram operados, isso não queria dizer absolutamente nada. 

Chaika e seu filhote Léo, já crescido.

E o milagre aconteceu! Numa bela manhã, acordei com aquela bolinha de pêlo bem ao meu lado. Como toda mãe que se preza, eu estava disposta a ensinar as primeiras palavras, comecei chamando-o para andar junto, filho meu tem que andar ao meu lado, ele já balançava o rabinho com alegria, recebia os meus donos à porta, mas insistia em me responder da forma mais esquisita: - Miau. Quanto mais eu lhe explicava que deveria suprimir aquela primeira sílaba, e duplicar a segunda uma única vez, pois meu dono não gostava de falas estridentes, mais ele falava: – Miau, miau. Enfim, superei isso. Afinal, filho de peixe, nem sempre peixinho é...

*Escrito por Gabriela Costa, que cedeu o texto especialmente para o blog da Clarice.