quinta-feira, 27 de setembro de 2012

Bilhetes



(Capa do livro
feito na 8a. série)


O primeiro livro da minha dona

No domingo, minha dona passou o dia em casa, comigo e Angélica. Ela estava muito pensativa e ficou revirando suas gavetas e caixas. Então, você não sabe o que ela encontrou: o primeiro livro que escreveu na vida! E você não sabe sobre quem é a história! Uma gatinha chamada Marilu! Miau, gostei muito do primeiro livro da minha dona! E pensar que, anos depois, ela adotaria uma gata-escritora!



Notícias de Angélica

Nesta semana, fez seis meses que Angélica chegou. Ela está assim agora. É terrível admitir, mas não posso negar sua beleza. E também algumas qualidades:

1 – Não senta no meu sofá;
2 – Não come a minha comida;
3 – Come só um pouco da própria comida, deixando quase tudo pra mim;
4 – Acorda minha dona de manhã cedo e não deixa ela dormir de novo antes de pôr comida nos nossos pratos.



Castração

Esta é Bia, irmã de sangue de Angélica. Neste dia, seria submetida a uma cirurgia de castração, ou seja: iam retirar uma parte do seu corpo (útero e ovários). Agora minha dona está pensando se castra Angélica. Por que os humanos acham normal fazer isso?



Luna

No começo do mês, a leitora Alice adotou a gata Luna. Alice já era dona do Téo, o porquinho-da-índia de quem falei em 29 de junho. Parabéns aos três! 

sexta-feira, 21 de setembro de 2012

Carta a João Filipe



Esta é a capa do
meu caderno
da época!
Prezado leitor,
Vou te mostrar a belíssima carta que escrevi para o Lipe em 28/05/2010. Boa leitura e até sexta que vem!
Atenciosamente, 
Clarice Sushi


Querido João Filipe,
Peço licença para chamá-lo de Lipe.

Querido Lipe,
Minha dona me contou que você está aprendendo a ler. Então escrevo esta carta sobre as mais belas letras do alfabeto.

Página do meu manuscrito,
miau!

AS MAIS BELAS LETRAS DO ALFABETO

Vou começar pelo C, que inicia a CASA onde moro, o CACHORRO que eu temo e o COCÔ que eu faço.

A segunda letra que apresento é o L. Também gosta dele? Acho que sim. Pois com L se escreve LETÍCIO, LIPE e também os nomes de LYGIA e LOBATO, meus colegas escritores.

Passo agora ao A, de AMOR, AMIZADE, ARTE.

R está no começo de RISO, RUA e RAÇÃO (humm...)

E, por falar em ração, emagreci um bocado. Minha dona está me dando uma ração de regime que é importada e muito cara. Sabe como é: sou muito sofisticada!

Lipe querido, a letra mais magrinha do alfabeto é o I. Com ele se escreve IRMÃO, ÍMÃ e IMPORTANTE.

Finalmente, a última das mais belas letras do alfabeto: E! De ESCOLA, ESTUDO e EVANDRO!!

Amigo Lipe, vou reunir, numa linha, as letras mais belas do alfabeto: C, L, A, R, I, E.

Se você reparar, basta repetir o C, que aparece o meu majestoso nome. É muita sorte que tenho! As letras mais bonitas do alfabeto formam, justamente, a palavra CLARICE!

Lipe, você tem assinatura? A minha é assim:


PS: Lembranças ao João Pedro, diga a ele que estou morta de saudades!



sexta-feira, 14 de setembro de 2012

Outras Histórias


Prezado leitor,

Minha dona disse que eu não devia ter prometido te contar a história dos irmãos alfinetes... Ela disse que é muito grande e não cabe no meu blog. Dei a ideia de cortar em pedaços. Mas ela não deixou... Te contei a história das minhas paqueras em cinco partes, miau, porque já era mesmo dividida assim. E, pensando bem, a história dos irmãos alfinetes só fica mesmo legal se for lida de uma vez... O título é SR. ALFINETE.

Sr. Alfinete é um amigo que fiz aqui em casa, quando eu era filhote. É um alfinete de fralda, um objeto muito usado em tempos passados. Quando o conheci, coitado, estava jogado fora, literalmente. Mas o tirei do lixo e iniciei a formidável história dele e seu irmão, também alfinete de fralda, que morava na bolsa de uma amiga minha.

Leitor, minha dona já está fazendo cara feia. Ela disse que, se eu te conto a história aqui, depois fico impedida de enviá-la a um concurso de livros inéditos. Ela é muito antiquada e quer me ver publicando livro em papel... Meu sonho é diferente, leitor. Quero reunir minha correspondência num e-book muito contemporâneo: OBRA EM PROCESSO DE CLARICE SUSHI. Então, conforme eu for escrevendo, quem já tiver comprado o e-book vai poder baixar as atualizações. Não vai ser demais?

Além de SR. ALFINETE, tenho duas histórias reservadas: SININHO VAI POR AÍ e DE ONDE EU VIM? Sininho é uma grande amiga minha, que eu sempre encontrava no petixope. A história começa quando a maluca decide fugir de casa, abandonar sua dona e viver por aí. DE ONDE EU VIM? é uma história filosófica, ilustrada com uma fotografia da vovó mais linda do mundo, a vó da minha dona, a vovó Nenem!

Sabe, miau, tenho ainda outra história que sinto vergonha de anunciar... É a história do início do meu namoro com o meu namorado... Ele vem me visitar uma vez por semana, desde que escrevi essa história espetacular! Ou seja, ao todo já são quatro histórias guardadas.

Mas pode deixar! Continuarei postando textos exclusivos neste majestoso blog. Na semana que vem, você terá a inédita oportunidade de conhecer uma carta que escrevi para o João Filipe, quando ele estava aprendendo a ler. Tive a sensacional ideia de apresentar a ele as mais belas letras do alfabeto. Até sexta que vem!

Atenciosamente,

Clarice Sushi

sexta-feira, 7 de setembro de 2012

O gato gatinho


 


(fim!)  

— Vamos logo que estou cansada de entrevistar pretendentes!
— Você já gostou de algum?
— Ainda não. Eu sou muito exigente.
— Claro! Uma gata tão gatinha...
   — Miau... Que jeito fofo de falar comigo...
   — Um jeito fofo de falar com uma gata fofa...
   — Miau... Como é o seu nome?
   — Gostoso.
   — O meu é Clarice Sushi...
   — Que prazer!
   — ...mas... miau... pode me chamar de Clarice só...
   — Então, Clarice, quer dizer que você está querendo um namorado...
   — Miau...
   — O que você acha de eu entrar na sua casa pra gente conversar mais à vontade?
   — Miau...
   — Clarice?
   — Miau?
   — Você não vai falar nada?
   — Mi...
   — Está com algum problema?
   — Mi... Mi... Me desculpe, Gostoso. É que... Você me deixa envergonhada...
   — Estou acostumado...
   — Co... Como assim?
   — É assim com todas...
   — Mi...
   — Posso entrar?
   — Ainda não.
   — O que você quer dizer com ainda?
   — A gente mal se conhece...
   — Miau... a gente já conversou um bocado...
   — Você é muito gatinho...
   — Eu sei...
   — O que gosta de fazer?
   — Paquerar, miau!
   — Paquerar?!
   — É, oras.
   — Mas se a gente casar, você vai ter que parar...
   — Parar o quê?
   — De paquerar!
   — Mas eu nunca vou me casar!
   — Ah, não?
   — Não, ué.
   — Miau, então.
   — O quê?
   — Tchau.
   — Ficou brava, gatinha?
   — Não quero mais conversar.
   — Não vai me chamar para entrar?
   — Não.
   — É sua última palavra?
   — Sim!
   — Quer dizer que mudou de ideia?
   — Não!
   — Escuta, Clarice, é sim ou não?
   — Escuta, Gostoso, preciso fazer outra coisa. Quer ir embora, por favor?
   — Então tá. Mas eu volto em uns dias.
   — Pra quê?
   — Pra ver se me deixa entrar.
   — Eu não vou deixar.
   — Eu não sei perder.
   — Miau... O que eu posso fazer?
   — Até breve!



Prezado leitor, 
Você não sabe como essas paqueras cansaram minha beleza majestática! Feliz é Angélica, que ainda não pensa nessas coisas... Agora mesmo está atrás do sofá, recebendo a visita dos irmãos alfinetes. Na semana que vem, vou te contar a história deles! 

Atenciosamente,
Clarice Sushi