Prezado
leitor,
Você não
sabe o que aconteceu com a Chaika! Ela é uma cachorra bem gatona, que teve um
filhote bem gatin... Miaaau... não dá pra explicar tão rápido... Acho melhor eu copiar
abaixo o que ela mesma me enviou, assim hoje não preciso trabalhar...
Filho de peixe, peixinho é?*
Cresci em uma família que me amava, ah e como me amavam! Disso
eu não tinha a menor dúvida e até abusava um pouquinho desse amor, fazia birra fixando
os pés no chão, quando já não queria mais andar, pedia colo quando estava
cansada das longas caminhadas matinais... E a água de côco no aterro do
Flamengo?! Meu passeio preferido de cada dia.
Com a convivência, a gente vai aprendendo também os pontos
fracos de cada um, para o meu dono bastava um olhar de pidona e um gemido, que
não podia ser latido, se não nada rolava, e aí ele me dava aquela porção
generosa do seu/meu sorvete favorito. Ele sempre falava: – Tá aqui ó, coma
rapidinho, Chaika, não vou te dar mais, nem adianta pedir! E eu obedecia, não
queria nem pensar em cruzar com o olhar fuzilante da minha dona, que ficava uma
fera ao ver ele me dando aquelas guloseimas.
Cumplicidade total! Vi essa palavra no dicionário e foi amor
à primeira vista. Até no meu quarto, tinha uma estante com muitos livros, que
iam desde livros de receita até grandes nomes da
literatura, porém, não achava nenhum livro que me explicasse as mudanças que
aconteciam no meu corpo: mamas pesadas, e nas minhas emoções: um instinto maternal
à flor da pele.
Meu dono sempre dizia: - Chaika, você não terá filhotes, você
é operada! Operada?!, eu pensava. Vários amigos meus também eram operados, isso
não queria dizer absolutamente nada.
Chaika e seu filhote Léo, já crescido. |
E o milagre aconteceu! Numa bela manhã,
acordei com aquela bolinha de pêlo bem ao meu lado. Como toda mãe que se preza,
eu estava disposta a ensinar as primeiras palavras, comecei chamando-o para
andar junto, filho meu tem que andar ao meu lado, ele já balançava o rabinho
com alegria, recebia os meus donos à porta, mas insistia em me responder da
forma mais esquisita: - Miau. Quanto mais eu lhe explicava que deveria suprimir
aquela primeira sílaba, e duplicar a segunda uma única vez, pois meu dono não
gostava de falas estridentes, mais ele falava: – Miau, miau. Enfim, superei isso. Afinal, filho de peixe, nem sempre
peixinho é...
*Escrito por Gabriela
Costa, que cedeu o texto especialmente para o blog da Clarice.
Ai, Clarice, muito obrigada por você compartilhar essa linda história de amor. Adorei! Nunca imaginei que a Chaika escrevesse! Com certeza, ela se sentiu muito à vontade em compartilhar essa história com você. Afinal, vocês têm algo em comum, né? Ela tem um filho gato, e você é uma escritora gatíssima! Adoro ler suas histórias! Beijos!
ResponderExcluirGabriela