 |
Camila, Pedro e Francisco . 02/1998 |
Prezado leitor,
Esses
dias, voltei à caixa-pra-lembrar da minha dona e achei uma história de
Páscoa! É sobre esses três gatinhos ao lado, miau! Copiei abaixo pra
você ler também.
Atenciosamente,
Clarice Sushi
FELIZ PÁSCOA!
Para Camila, Francisco e Pedro em abril de 1998
Vovó Sônia levantou cedo e acordou tia Ana:
— Saia da cama, Ana! Venha esperar o coelhinho chegar!
Tia Ana espreguiçou e pra Camila ligou:
— Chame todo mundo e venha pra cá! O coelhinho não vai demorar!
— Camila deu um grito e a família alertou:
— Pedro! Gabí! Pai! Mãe! O coelhinho da Páscoa vai passar na
casa da vovó Sônia! Vamos rapidinho pra lá!
— Coelhinho da Páscoa! — Repetiu Pedro.
Os cinco já iam saindo, quando Pedro voltou e ligou pra Francisco.
Tia Kátia atendeu:
— Bom-dia, Pedro, feliz Páscoa! O tio Evandro veio aqui e
pegou o Francisco. Os dois já estão indo pra lá.
Logo todos se encontraram na casa da vovó Sônia. Camila não
se continha de tanta ansiedade:
— Será que ele ainda demora? Já estou de língua de fora!
Pedro parecia nervoso... ou a palavra seria medroso?
Francisco tranquilizou-o:
— O coelhinho é legal, não vai nos fazer nenhum mal!
Vovó Sônia se preocupava em manter a casa bonita. A mesa,
ela enfeitou com flores. Só faltava a Margarida pra trazer a comida!
Vovó serviu pão de queijo quentinho. E também bolo de milho,
vitamina de morango e torradas com manteiga. Gabí não comeu quase nada, pois
logo foi à praia. Tia Ana desceu junto pra passear de bicicleta.
Chamando
Francisco pra perto, Camila cochichou:
— Meu pai e minha mãe nem vão ver o coelho passar: só ficam
lendo jornal!
— Meu pai também vai perder: não tira os olhos da tevê!
— Come bem esse menino! — Admirou a vovó, servindo pra Pedro
uma geleia de mocotó.
Dlin, dlon! A campainha tocou. Era o vovô Letício pra fazer
uma visita. Francisco correu e deu um abração. Sentiu o tamanho da barriga do
vovô e temeu que ele tivesse comido todos os ovos de Páscoa da cidade.Camila,
que não aguentava mais de vontade de ver a cara do coelhinho, perguntou se o
vovô não tinha visto ele por perto.
— Vi, sim. Ele não passou por aqui? — Perguntou, já ligando
pro celular do coelho — Alôôôôu... Os meus netos estão lhe esperando, sim,
senhor!
Vovô explicou que o coelho já estava chegando, mas só queria
ver as crianças e por isso ia direto pra pracinha.
— Claro! — Exclamou Camila. — Ele quer nos encontrar no
esconderijo secreto!
— Cresseto! —
Repetiu Pedro.
— Pra lá já — Resolveu Francisco.
Camila, Pedro, Francisco e vovó Sônia desceram correndo. Encontraram
o coelhinho com muita pressa. Da sua bela cesta de ovos de chocolate, já foi retirando
um de chocolate ao leite pra Camila, um igual pra Francisco e um de chocolate
branco pra Pedro. Pra vovó Sônia, o coelhinho deu um ovo de chocolate crocante.
— Mas ela não é criança! — Lembrou Francisco.
—Ih! Não é que eu nem tinha me tocado? — Surpreendeu-se a
vovó.
— É mesmo... — Disse camila. — Coelhinho, você não disse que
só queria ver as crianças?
— A vovó Sônia não é criança por fora — Observou o coelhinho.
— Mas por dentro é uma menininha!
— Sem dúvidas! — Concordou Francisco. — Ela é nossa amiga
mais legal!
— Sem dúvidas! — Repetiu Camila.
— Dúfitas! — Foi a
vez de Pedro.
— Crianças, não reparem a pressa! — Disse o coelhinho,
desaparecendo num salto.
— Tchau, coelhinho, muito obrigada! — Gritaram Camila e
Francisco, mesmo o coelho não estando mais pra ouvir.
— A gente já pode abrir os ovos? — Perguntou vovó Sônia.
— Abrir! — Repetiu Pedro, com a boca já lambuzada de
chocolate branco.